Fatores Sociais, Econômicos e Demográficos Associados à Geração de Lixo Domiciliar na Cidade de Belo Horizonte

Marcelo Rezende Pinto, Danielle Ramos de Miranda Pereira, Rodrigo Cassimiro de Freitas

Resumo


Com o advento da Revolução Industrial, a capacidade crescente de geração de novos produtos, combinada com o crescimento populacional e a urbanização, provocou um aumento considerável na geração de resíduos que se tornou um dos grandes problemas de gerenciamento urbano dos tempos modernos. Assim, surgiu o interesse em conduzir um estudo, cujo objetivo consiste em identificar os fatores sociais, econômicos e demográficos associados à geração de resíduos sólidos na cidade de Belo Horizonte. Para isso, foram utilizados os dados sobre a quantidade de resíduos sólidos gerada em Belo Horizonte, de acordo com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) relativos ao ano de 2000, os dados provenientes do Censo Demográfico de 2000, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e os dados do IQVU (Índice de Qualidade de Vida Urbana) do ano de 2000, calculado pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte. O método adotado para identificação dos fatores associados à geração de resíduos sólidos foi o dos Modelos Lineares de Regressão Múltipla. Os resultados mostram que o IQVU e o número de moradores são as variáveis que mais impactam a geração de resíduos sólidos no município de Belo Horizonte, ainda que exista alguma influência de variáveis tais como sexo, raça/cor, idade e renda do responsável pelo domicílio e tipo de esgotamento sanitário. Espera-se que os resultados possam auxiliar na obtenção de subsídios para o entendimento de questões essenciais para a formulação de políticas públicas de controle da geração de lixo pelas administrações municipais.


Palavras-chave


Geração de lixo, Resíduos sólidos, Administração municipal

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