A Economia dos Custos de Transação e a Visão Baseada em Recursos: aproximações teóricas
Resumo
As teorias econômicas clássicas e neoclássicas estabeleceram, ao longo de décadas, a tradição de compreender a firma como um mero agente maximizador de lucro. Dadas as expectativas dos agentes e as condições prevalecentes no mercado, não há outro interesse além de obter o maior excedente possível. Embora esse entendimento da firma fosse apropriado para os modelos de equilíbrio de mercado e desenvolvimento econômico até então vigentes, ele revela-se incapaz de explicar de modo satisfatório certas particularidades ocorridas com o desenvolvimento econômico do sistema capitalista. A partir dessa preocupação, este ensaio busca compreender o comportamento da firma a partir das abordagens provenientes da nova economia institucional e da visão baseada em recursos, por entender que tais abordagens oferecem um quadro analítico conceitual que pretende explicar as diferenças entre as firmas e os fatores que determinam o sucesso em um mercado competitivo. Parte-se do pressuposto de que as teorias econômicas clássicas e neoclássicas podem oferecer de forma complementar um conjunto de respostas mais consistentes para verificar o que torna as firmas distintas, bem como o que faz com que umas superem as outras. Assim, parte-se da premissa de que, a partir do entendimento sobre a interrelação entre os conceitos de especificidade de ativos e recursos, seja possível ampliar o entendimento dos aspectos que tornam as firmas diferentes entre si.
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