CRIMES CORPORATIVOS AMBIENTAIS: análise da governamentalidade na tragédia-crime em Mariana/MG

Carlos Eduardo Batista Costa, Gustavo Tomaz de Almeida, Armindo dos Santos de Sousa Teodósio

Resumo


A visão hegemônica que tem orientado o desenvolvimento do país, carrega o progresso econômico, mas, ao mesmo tempo, destitui comunidades do seu território, ditando a manutenção e reprodução dos modos de vida desses sujeitos. Em vista disto, este trabalho se dispôs a analisar as manifestações de poder de governamentalidade do governo, da sociedade civil e da Samarco frente ao crime ocasionado pelo rompimento de uma das barragens de rejeito da mineradora em Mariana, Minas Gerais, no dia 05 de novembro de 2015. Neste empreendimento, utilizou-se o conceito de Chantagem Locacional, em que as grandes corporações utilizam a carência de postos de trabalho e das receitas públicas, para legitimar práticas poluentes e o retrocesso dos direitos sociais. Metodologicamente, procurou-se retratar através da análise de discurso, por meio de entrevistas, relatórios e reportagens, as representações e relações de poder decorrentes deste crime. No cerne da análise, o conflito e a contradição dos discursos se fizeram presentes, corroborando com a visão foucaultiana de que, o poder não existe como uma coisa e não está localizado em um ponto específico da estrutura social, mas ele se exerce nas relações desiguais.


Palavras-chave


Crimes Corporativos; Governamentalidade; Chantagem Locacional; Mineração.

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